"O país perdeu a inteligência e a consciência moral. Não há princípio que não seja desmentido nem instituição que não seja escarnecida. Já não se crê na honestidade dos homens públicos. A classe média abate-se progressivamente na imbecilidade e na inércia. O povo está na miséria. Os serviços públicos abandonados a uma rotina dormente. O desprezo pelas idéias aumenta a cada dia. A agiotagem explora o juro. A ignorância pesa sobre o povo como um nevoeiro. O número das escolas é dramático. A intriga política alastra-se por sobre a sonolência enfastiada do país. Não é uma existência; é uma expiação. Diz-se por toda a parte: O país está perdido!? (...) Por isso, aqui começamos a apontar o que podemos chamar de "O progresso da decadência?""
Introdução de "As Farpas", de Eça de Queiroz, 1871.
Impossível ser mais atual.
Comentário de hoje do Arnaldo Jabor, no jornal "Estado de São Paulo" de hoje
Vamos em frente.
Não sei se é reconfortante ou frustrante pensar que em 139 anos nada mudou!!!
ResponderExcluirNada muda... Marx ja disse que tudo se repete, e quando se repete, vira uma comedia!
ResponderExcluir